quarta-feira, setembro 20, 2006

Entrevista com Alípio Matos, manganer do futsal do Benfica

«Dois dias depois da conquista da Supertaça, o manager do futsal do Benfica, Alípio Matos, concedeu uma entrevista ao site oficial do Benfica. Aquele que foi um dos pioneiros da modalidade no Glorioso mostra-se tão apaixonado pelo futsal e pelo Benfica como no primeiro dia e revela que quando a equipa estiver a jogar aquilo que ele próprio pretende, será muito difícil que seja batida em Portugal.



«O Benfica vive de títulos»

P - Que significado teve a conquista da Supertaça para o Benfica?
R - Tratou-se de uma vitória super-importante. O Benfica vive de títulos e precisa constantemente de galvanizar os seus sócios. Por outro lado, com o valor dos jogadores que fomos buscar, era imperioso vencer, apesar de termos pela frente um grande adversário.

P - Ainda assim este foi um triunfo "tirado a ferros"...
R - É verdade. Não entrámos bem no jogo e viemos a pagar isso com golos. Fez-nos correr o dobro e ter uma enorme bravura. Acreditámos sempre e arriscámos, pelo que viemos a conseguir alcançar a vitória. O futsal é isto mesmo: resultados teoricamente inacessíveis acabam por se transformar em grandes vitórias.

P - No final da partida afirmou que a equipa ainda vai melhorar. O que gostou mais e, por outro lado, o que lhe desagradou no jogo de domingo?
R - Posso dizer que não fiquei totalmente satisfeito com a exibição global da equipa, mas a entrega e a disponibilidade mostrada por todos deixaram-me realmente contente. Conseguiram ficar para a história e isso é muito importante.

«A partir daqui só temos de subir de rendimento»

P - Quando lembrou que este Benfica ainda está a 50 ou 60 por cento, o que quis transmitir?
R - Eu não gosto de desculpas, especialmente quando as coisas correm mal, mas já que ganhámos eu foquei esse aspecto. Afinal de contas, isto demora. Cerca de 70 por cento da equipa é nova e, apesar de virem de bons clubes, os jogadores que agora chegaram têm de ser integrados noutros hábitos de trabalho. Quando digo que jogámos a 50 por cento em relação ao que valeremos, essa é a pura verdade. Quando os jogadores conseguirem entrar no jogo sem estarem inibidos, então teremos todas as possibilidades de realizarmos grandes espectáculos e de alcançarmos excelentes vitórias. Sinto que a partir daqui só temos de subir de rendimento.

P - Falemos do plantel. O Benfica apostou claramente, este ano, em contratar jogadores internacionais portugueses e em fazer regressar homens da casa, como Pedro Costa e Zé Maria. Pretende-se que os sócios se identifiquem mais facilmente com os jogadores?
R - Essa é a nossa filosofia. Queremos fortalecer a mística, reforçando a relação com os nossos sócios e simpatizantes. Dar-lhes figuras como o Pedro Costa, o André Lima, o Ricardinho, o Zé Maria e o Zé Carlos, que estão cá há vários anos e são já referências. Os outros, como portugueses e excelentes executantes, podem vir a ser a médio prazo também eles referências neste Clube.

«Teremos mais gente nos jogos de todas as modalidades»

P - Luís Filipe Vieira e Fernando Tavares apresentaram no início desta semana o projecto das modalidades do Benfica, reforçando as vantagens que os sócios terão quando optarem pelo pagamento da quota suplementar. Trata-se de um passo certamente bem-vindo para as modalidades do Benfica...
R - Este tipo de projecto é muito importante para nós, pois sabemos que o apoio do público é fundamental. Apesar de o futsal ter sempre muita gente a ver os seus jogos, notamos que as outras quatro modalidades acabam por não ter tanto apoio da parte dos sócios. Ao reforçar este projecto, a direcção dá mostras de querer criar uma sinergia entre as modalidades e os associados. As condições de acesso serão óptimas para eles e nós agradecemos, pois teremos muito mais gente a assistirem aos jogos de todas as modalidades.

P - Considera um pavilhão cheio meio caminho andado para a vitória?
R - É fundamental. É o nosso jogador-extra, aquele que nos ajuda sempre. Ainda este domingo os nossos adeptos foram fundamentais para que a equipa acreditasse sempre na vitória.

P - O Alípio é um dos pioneiros do futsal do Benfica. Vive esta modalidade e este clube com paixão, facto que já o levou a desempenhar funções como director desportivo, como treinador e como manager. Em qual destes cargos se sente melhor?
R - Estou aqui desde o princípio e sempre para servir o Benfica. Sou sócio há mais de 25 anos e amo este clube. Até já treinei os miúdos e gostei bastante de fazê-lo. Actualmente, e porque a direcção da secção assim o decidiu, sou o manager, na verdadeira acepção da palavra, sendo o Adil o metodólogo de campo e eu o gestor do grupo, embora também esteja presente no campo. Sinto-me bem nesta função, até porque tenho a última palavra. Mas, acima de tudo, reforço, estou aqui para servir o Benfica, seja em que posição for.

«Seremos uma equipa praticamente imbatível»

P - Um Benfica no qual, mais do que nunca, acredita, enquanto equipa...
R - Quando atingirmos aquilo que pretendo seremos uma equipa praticamente imbatível. Quando todos estiverem integrados no Clube e quando os automatismos surgirem com maior facilidade, então será muito difícil alguém nos ganhar.

P - Mas a integração dos novos elementos não leva o seu tempo?
R - Sem dúvida. Mas eles já se sentem muito acarinhados, até devido ao ambiente familiar que se vive neste grupo. Posso mesmo dizer que existem aqui todas as condições de trabalho para exercerem o seu trabalho da forma que melhor sabem.

P - Depreende-se das suas palavras que em mês e meio de trabalho já se formou um conjunto muito unido.
R - Já somos imbatíveis no espírito de grupo! Mesmo os que não jogam querem que os colegas estejam bem e ganhem. Ao longo deste mês e meio de trabalho notei que eles levaram a peito a mensagem que lhes passámos: não existem campeões sem um espírito de grupo forte, sendo que nenhum jogador está acima da equipa. Eles acreditam neste conceito porque confiam em nós, sabem que somos honestos e que tomaremos apenas as melhores opções para o Clube.

«Proporcionar bons espectáculos»

P - Quais poderão ser os principais adversários do Benfica na luta pelo título?
R - Acredito que sejam os quatro do costume [Benfica, Sporting, Freixieiro e Fundação Jorge Antunes], embora o Belenenses, o Boavista e o Pombal estejam mais fortes. Ainda assim, sabemos que teremos de dar o litro em todos os jogos, pois as equipas costumam brilhar contra nós e dar tudo o que têm para vencer.

P - Por outro lado, o futsal é cada vez mais um jogo de pormenores...
R - Sim, cada vez mais o jogo está a ser decidido pelos erros, por pormenores, já que as equipas encaixam muito bem. Mas acredito que é preciso puxar os adeptos e as televisões, pelo que temos de jogar para ganhar, proporcionando bons espectáculos, mesmo que tecnicamente nem sempre seja fácil manter a qualidade pretendida.

P - Uma questão final. Que mensagem quer deixar aos sócios, poucos dias depois da primeira conquista da época e estando a postos para o início do campeonato?
R - Só peço que os sócios venham ao pavilhão e acreditem na equipa, porque nós vamos conseguir dar-lhes muitas alegrias.»

in Site Oficial do Benfica

Grande entrevista, dada por um homem extremamente competente numa área espetacular como a modalidade do futsal. Parabéns a todo o grupo de futsal do Benfica por esta última vitória na supertaça, e o forte e sincero desejo, de que surjam muitas outras que encham de orgulho a massa associativa do Benfica!!

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